Comentário
A insuficiência cardíaca é uma síndrome clínica caracterizada pela incapacidade de o coração gerar débito suficiente para atender as demandas metabólicas do organismo ou, quando o débito é suficiente, o faz às custas de elevadas pressões de enchimento ventriculares. Como o seu próprio nome diz, é uma síndrome. Portanto, o seu diagnóstico é feito com base nos sintomas informados na anamnese e sinais encontrados ao exame físico (letra a incorreta). Há os critérios de Framingham modificados, que agrupam os sinais e sintomas encontrados na IC como maiores e menores. A presença de dois critérios maiores OU um maior e dois menores, é o suficiente para tecer o diagnóstico de IC. Como se percebe, os critérios são puramente clínicos e, dentre eles, a dispneia aos esforços e a ortopneia estão presentes, sendo, inclusive, critérios maiores (letra C incorreta). O ecocardiograma é útil na classificação da IC em relação à fração de ejeção, podendo contribuir também na definição da etiologia e identificação do tipo de disfunção (sistólica x diastólica), além de seguimento e prognóstico.
Em relação ao tratamento, os IECAs são medicações de primeira linha. Devem ser associados e medidas não farmacológicas. De fato, o uso desta classe farmacológica está associado a melhora clínica, redução das hospitalizações e aumento da sobrevida (letra D correta). Os digitálicos, entre eles a digoxina, estão indicados em casos selecionados apenas (letra b incorreta): pacientes com IC sistólica sintomática refratária a tratamento otimizado com IECA + diurático +-bloqueador ou com fibrilação atrial. Podem melhorar os sintomas e o número de internações, mas não alteram o prognóstico desses pacientes.
Gabarito provisório Jaleko: alternativa D.