Dentre as seguintes medidas, aquela que apresenta evidência científica de melhora, em desfechos clínicos de morbimortalidade na assistência ao pré-natal de baixo risco, é:
Comentário
Resposta A) No Brasil, o Programa Nacional de Suplementação de Ferro do Ministério da Saúde recomenda suplementação universal de ferro para as crianças entre 6 e 23 meses, sob a forma de sulfato ferroso, em doses diárias de 1 mg/kg/dia, mas, se o lactente ingere a quantidade mínima de 500 mL de fórmula por dia, a administração de ferro elementar não é recomendada. Somente está indicada a suplementação de ferro antes dos 6 meses para os lactentes nascidos pré-termo e/ou com baixo peso ao nascimento (2 mg/kg/dia no primeiro ano, a partir do 30º dia. Após isso, 1mg/kg/dia até dois anos, de acordo com a Academia Americana de Pediatria e a Sociedade Brasileira de Pediatria). Os lactentes nascidos a termo, de peso adequado para idade gestacional, em aleitamento materno exclusivo até 6 meses não têm recomendação para ferro elementar.
Resposta B) A taxa de transmissão vertical do HIV na ausência de qualquer intervenção situa-se entre 14 e 25% nos países desenvolvidos e entre 25 e 30% nos países em desenvolvimento. Porém, hoje se sabe que intervenções preventivas - como uso de antirretrovirais combinados na gestação, parto por cesariana eletiva (quando indicado), uso de quimioprofilaxia com zidovudina (AZT) na parturiente e no recém-nascido e não amamentação podem reduzir consideravelmente (para níveis entre 1 e 2%) as taxas de transmissão vertical. A terapia antirretroviral reduz as taxas de transmissão vertical pelo HIV, sendo as combinações de AZT/3TC/NVP, AZT/3TC/LPV-r e AZT/3TC/ ABC, e a profilaxia com AZT, os esquemas terapêuticos com melhores evidências de benefício e de segurança para o uso. A profilaxia com AZT em monoterapia reduz em 46% o risco de transmissão do HIV (NNT =10). O uso profilático de AZT independe do nível da carga viral, pois esse medicamento já se mostrou eficaz mesmo com mínimo efeito nesses níveis. A profilaxia com antirretrovirais reduz o risco de transmissão vertical até com níveis de HIV-1 RNA < 1.000 cópias/mL.
Resposta C) A realização da ultrassonografia obstétrica na rotina do acompanhamento pré-natal de risco habitual é opcional. (Uma revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados mostrou que a ultrassonografia realizada antes de 24 semanas na rotina do acompanhamento pré-natal traz benefícios, pois estima melhor a idade gestacional, reduzindo significativamente a frequência de indução de parto por suspeita de pós-datismo e melhora a detecção de gestações múltiplas; porém, não tem impacto na mortalidade perinatal)
Resposta D) Para a avaliação da vitalidade fetal, as gestantes podem ser orientadas a observar a movimentação fetal a partir da 28ª semana de gestação e a buscar atendimento obstétrico se perceberem movimentação fetal reduzida ou ausente (avaliação qualitativa).