Mulher de 45 anos de idade, com história prévia de transfusão sanguínea, apresenta elevação discreta da ALT e da gamaGT. Não há sinais periféricos de hepatopatia, nem hepato-esplenomegalia. O HbsAg foi negativo, o anti-HbcAg positivo, o anti-Hbe positivo, o anti-HbsAg positivo e o anti-HCV positivo. O diagnóstico provável é:
Comentário
Para acertar a questão é necessário conhecer os principais marcadores sorológicos:
# Hepatite B – avaliar o diagnóstico na seguinte ordem dos marcadores: 1)HBsAg (vírus): Se positivo: tem hepatite B aguda ou crônica. Se negativo: não tem hepatite B ou tem em baixos títulos. 2)anti-HBc: (contato): Pode ser o único identificado entre a queda do HBsAg e a elevação do Anti-HBs (período de janela). O anti- HBc IgM permanece por 6 meses representando a hepatite aguda e o IgG por mais de 6 meses representando hepatite antiga ou crônica. Portanto, anti HBc total negativo: nunca teve contato com o vírus; anti HBc total positivo: teve contato. 3)Anti-HBs (cura/vacina): Anti HBc e Anti-HBs positivos: teve e curou; Anti HBc positivo e antiHBs negativo: hepatite crônica; apenas Anti-HBs: vacinação. 4)HBeAg (infectividade): seus níveis refletem a replicação viral e seu anticorpo (Anti-HBe) representa o período de baixa infectividade
# Hepatite C: 1)Anti-HCV – eleva-se na hepatite aguda e, principalmente, na crônica. 2)HCV RNA- é mais sensível para a infecção aguda e pode ser solicitado para estabelecer a diferença entre o anti-HCV verdadeiro positivo e falso positivo. Na questão o Anti-HBc representa o contato com o vírus e o anti-HBs a cura. Como há um laboratório sugestivo de hepatopatia com o anti-HCV positivo é provável que seja uma hepatite C crônica ou aguda (80% das agudas não têm clínica). Resposta possível:hepatite B resolvida e infecção crônica pelo vírus C.
Referência:
- Harrison Medicina Interna, 17ª edição, capítulo 298.